Faz dez anos iniciei um ciclo aqui, talvez o ciclo mais importante e revolucionário da minha vida. Revoltei-me contra mim mesmo e eu nunca mais fui o mesmo. Não sabia o que estava a fazer, confesso. Apenas tinha uma dor em mim que necessitava de sair, qual assobio de uma panela de pressão. Resultou? Sim. Já não sou o mesmo e gosto de mim como sou.
Recordo a interacção com quem conheci aqui. Tenho com essas pessoas uma dívida de gratidão enorme. Não imaginam que foram, de certo ponto de vista, as pessoas mais importantes da minha vida. Sem os comentários, as conversas e toda a troca humana, eu não mudaria. Afinal são os outros que nos definem. Agradeço e penitencio-me pela maneira estranha com que as vim a tratar em determinadas alturas. Este meu caminho foi cheio de curvas contraditórias, paragens e recuos e muita estupidez recheada de medos. Gostava que soubessem que estou consciente do mal que me portei, e que lamento. Mas a minha vida era tão estranha que, tal como um ouriço, piquei que me queria afagar amigavelmente.
Recordo-vos com muito apreço, acreditem.
Passados dez anos não tenho a vida que gostaria, mas estou melhor. Lúcido e a lutar por mim. Sei que – como canta a Mariza – o melhor de mim está para chegar. Sem promessas, sem delírios, mas com a certeza de que estou a ser eu. Com as coisas boas e más que tenho, claro!
(Gosto muito de blogues, mas o Facebook matou-os lenta e perversamente. Também ando por lá, mas venho aqui bastas vezes. É o local onde nasci.)
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