São tempos de dor e espelhos trágicos. Das manchas que
rastejam na pele e não se vão. Trilho todos os caminhos que deveria e só
encontro becos atrás de becos. Como se a vida fosse uma coleção de anomalias
puramente feitas com o objetivo de destruir tudo o que importa. Só deixa a
existência. Apaga qualquer raio de sol o mais depressa que pode. Sufoco na
tremenda ironia que é servida de bandeja. Tudo no nada. A posse na miragem. A
dor na doçura. A tragédia travestida de comédia chique. Tive o céu como
introdução e o inferno como segundo capítulo.
(Venho aqui bater com a cabeça na parede, pois é onde tudo
continua a fazer sentido. Bem corri ceca e meca para nada. Talvez para cumprir
a peregrinação dos que tem a mania que possuem valores nobres. Talvez. Aqui é o
muro das lamentações)
É uma dormência nova. É o tudo de uma vida que teve tudo e não
soube. É a dor de saber o que não se pode ter. É a merda esculpida numa estátua
de jade. É a raiva engatada num fogo de artificio.
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