terça-feira, 29 de outubro de 2019
(V) ida
Na minha morte, deste-me vida. Na minha ressurreição, mataste-me. Sob escombros putrefactos voltei a respirar. Sob a terra molhada de muitas estações sem vida. Sem flores. Meus dedos tocaram os despojos sombrios. As tábuas enegrecidas, moles até, da minha prisão. Do que era antes a morada do meu coração. Passeei tranquilamente os dedos sobre essas memórias. Continuo a respirar-te. A sentir-te. No aperto mais trágico que uma vida pode ter, estás aqui, mesmo que não o soubesses. Não me mataste.
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