segunda-feira, 29 de março de 2010

Quantidade versus qualidade



terça-feira, 23 de março de 2010

Está-se mesmo a ver!

A TVI anuncia com pompa e circunstância que Júlia Pinheiro vai ter um programa onde se vai poder falar com mortos. Não sei onde está a novidade! É uma área onde este canal de televisão está há muito tempo dá cartas. Com aquele tipo de programas, com aquela quantidade de novelas e com o nível de alguns apresentadores para quem é que eles julgam que falam? Alguma coisa morta no cérebro deve ter quem vê muito tempo a TVI.

(Arrebentava se não dissesse esta tentativa de piada...) 



sexta-feira, 19 de março de 2010

A inevitabilidade de fazer as pazes com o passado

O passado não desaparece, evapora-se ou transmigra para outra galáxia. Por mais que desejemos ignorar o seu paradeiro, ele está sempre perto. Bem perto.

Por vezes tive a presunção de pensar que as coisas passadas eram apenas memórias. Papeis e livros velhos guardados num caixote que está na garagem à espera de uma limpeza de primavera mais determinada que o coloque no lixo. Coisas como decisões que tomei e que não deveria, bem como aquelas opções que não tive coragem de fazer. Pensar que esse tipo de coisas ficariam enterradas no tempo e seriam assim inócuas foi um erro. Um brutal, estúpido e depravado erro.

Foi como pensar que não tenho uma sombra agarrada aos pés só porque o dia está pardacento. Foi como pensar que atropelando uma pessoa numa passadeira e colocando-me em fuga, já não tenho responsabilidade. Foi como pensar que o dinheiro que pedi emprestado não tem que ser pago só porque evito e não atendo as chamadas que me faz o credor. Só se pode pensar assim por requintada ingenuidade ou delicado atrasado mental. (Em minha defesa prefiro a tese do ingénuo.)

O passado ficou marcado pela cobardia e ele não se conforma com esse estigma. Não perdoa o querer-se apostar numa linha de vida sem confrontos e num confortável marasmo. O passado exige a verdade e a coerência. Com o tempo uma pessoa habitua-se à mascara. O passado, dando-nos um valente pontapé no traseiro, quer visíveis as linhas genuínas da face. Sejam como sejam.

No fundo o passado não me quer estragar a vida, quer é evitar que a perca mais ainda. Com a sua acutilante crueldade de aparecer nas horas mais inoportunas e nos locais mais inesperados, ele no fundo gosta de mim. Acredito que deseja a reconciliação possível. Só que está-se a borrifar para os jogos em que me envolvi. Talvez tenha razão. Diz-me que o caminho vai ser duro, estreito, pedregoso, com becos aparentemente sem saída e com muitos dias de cerrado nevoeiro. E um caminho em que nem sei onde vai parar. (Aqui para nós, que ninguém nos ouve, eu preferia ter uma auto-estrada ao dispor. Com enormes cartazes azuis a indicar todos destinos com as precisas distancias que faltam. Sem portagens e com o depósito cheio. Gratuitamente, já agora!)

O passado não desaparece e não é uma velha caixa de cartão. É poderoso e não perdoa erros e, se calhar, neste seu pragmatismo, faz muito bem. Possivelmente leu e entendeu, melhor que muito boa gente, aquela frase que se atribui a Cristo: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”

terça-feira, 16 de março de 2010

wish


I wish I knew how it would feel to be free

I wish I could break all the chains holding me

I wish I could say all the things that I should say

Say 'em loud say 'em clear

For the whole wide world to hear


I wish I could share

All the love that's in my heart

Remove all the bars that keep us apart

And I wish you could know how it feels to be me

Then you'd see and agree that every man should be free


I wish I could be like a bird in the sky

How sweet it would be if I found I could fly

Well I'd soar to the sun and look down to the sea

And I'd sing 'cos I know how it feels to be free


I wish I knew how it feels to be free

I wish I could break all the chains holding me

And I wish I could say all the things that I wanna say


Say 'em loud say 'em clear

For the whole wide world to hear

Say 'em loud say 'em clear

For the whole wide world to hear

Say 'em loud say 'em clear

For the whole wide world to hear


One love

one blood

One life you've got to do what you should

One life with each other

Sisters, brothers


One life but we're not the same

We got to carry each other

Carry each other

I wish I knew how it would feel to be free

I wish I knew how it would feel to be free

sexta-feira, 12 de março de 2010

Um presente que muito me honra


FREE_SOUL, autora do blogue O Dito Por Não Dito agraciou-me com o selo ‘Blogue Super fofo’.
Se há coisa assente nestes mais de dois anos de blogar é que sou muito mimado pelos que visitam o meu cantinho. Este gesto é uma evidência disso. Agradeço muito, muito o gesto.

Segundo entendi, o espírito do prémio incentiva-me a falar um pouco acerca da palavra ‘fofo’. Sem rodeios, acho uma palavra bonita e adequada quando existe um certo grau de estima e confiança. A nível bloguístico  a free_soul é, de há um bom tempo, uma “amiga da casa”, por quem tenho estima e a quem prezo muito as visitas e comentários. Também aprecio muito os desabafos e as vivências que compartilha connosco no seu blogue.

A palavra ‘fofo’, quando aplicada a uma pessoa, forma instantaneamente na minha mente a imagem de alguém a quem uma simples frase não explica porque gostamos dela.

Uma pessoa que gostaríamos de ter como colega de trabalho, compincha de esplanada, companheiro num elevador avariado, dono da mão que nos puxa a orelha quando fazemos asneira, portador do único telemóvel que atendesse quando estamos numa aflição, condutor do carro que passa quando fomos apanhados pela chuva numa zona erma, confidente da minúscula alegria do nosso dia, provador oficial das nossas experiências culinárias, possuidor do livro que tanto queríamos ler e, não menos importante, portador de um sentido de humor capaz de transformar a recordação do mais hediondo acontecimento do nosso dia num motivo de sorriso.
 

Por isso gosto da palavra ‘fofo’. Assim, agradeço mais uma vez à free_soul este selo fofo e, armando-me em recebedor de um Óscar, digo:

“Quero dedicar este selo a todas as pessoas fofas que existem no mundo.”