terça-feira, 24 de novembro de 2020

Existe um plano traçado na areia do deserto. Está lá. Construído nas horas vagas do céu estrelado. 

Quando o vento sopra, e confunde a minha escrita, torno a escrever. Torno a colocar o dedo entre os pequenos grãos de rochas e detritos e esboço novamente o que quero. O que o sangue fervente me dita. Com uma calma que é a máscara da fúria e dos soluços. O ciclo é assim. Vento, teimosia, vento, teimosia, vento, teimosia...

Sei que quando deixar de ser teimoso, vou morrer. Como já morri antes, como já tinha nascido morto. (Não sei se já tinha contado esta parte.) 

Sem grandes explicações transcendentais para a teimosia do dedo perante o vento, escuto a vida que passa ao lado.

 

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