quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mar


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

(Mar Português, Fernando Pessoa)


Hoje é o Dia do Mar. Amo o mar, numa relação de atracção e temor. Poucas coisas existem que exprimam mais poder e destruição do que a fúria oceânica. Poucas coisas são mais intrinsecamente belas do que o mar conjugado com um sol nascente ou poente. O mar separa, o mar une.

Há mar e mar, há ir e voltar. Voltei.

(Ao limpar o pó a este quartinho deparei-me com comentários que merecem da minha parte uma atenção mais detida. Isto por cá ainda anda tudo muito atordoado. É preciso calminha. Agir impetuosamente tal como as ondas é bom mas é mesmo para o mar.)

9 comentários:

João Roque disse...

Tinha tantas saudades tuas, amigo, acreditas.
Tenho passado bocados menos bons e talvez por isso tenho pensado tanto em ti.
Ler este post, dedicado ao mar de que tanto gosto, já me conforta um pouco, mas gostava de saber mais de ti, como estás, o que sentes...
Já precisaste de mim,< talvez eu agora esteja a precisar de ti...
Abraço enorme e saudoso.

Anónimo disse...

Deixa a espuma assentar...
O mar agita-nos mas também nos conforta!

Já disse ao Pinguim e posso dizer-te o mesmo: há que dar tempo ao tempo...
nada é definitivo.
Os Depeche Mode diriam: "enjoy the silence..."

Curiosa essa relação com o mar: eu tenho-lhe um grande respeito/medo mas continuo a gostar muito dele...

É o grande ventre materno da Terra...

Anónimo disse...

As palavras que me embargam.
GRITUMUDO


Mar,
Metade da minha alma é feita de maresia

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Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar


MAR-POESIA DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

João disse...

(Do berço da vida e onde espero morrer...)

É bom ouvir-te, de água e sal!
Com toda a calma, esperar pela bonança nesta vida revolta!

Há quanto tempo, mas hoje estás aqui- e isso é que importa!

Um Grande Abraço, Só_Crates!

Tongzhi disse...

Saber de ti já era óptimo, mas falando de mar, ainda melhor!!!

Cá continuamos esperando pelo teu regresso em grande estilo!!!

Abraços

Special K disse...

Anadamos os dois arredados destas lides. Espero que esteja tudo bem. Por falar em mar, adorei os golfinhos, obrigado.
Um grande abraço.

Socrates daSilva disse...

Pinguim,
Há um tempo para estar longe e há um tempo para regressar. Há tempos menos bons, mas tempos melhores virão.
Depois desta prosa aqui e da nossa conversa desejo-te novamente as melhoras em tudo.
Abraço!


Enginethrobs,
O mar é mesmo magnífico. Posso estar tempos infinitos sentado a olhar para ele. (Isto até alguém chegar ao pé de mim e perguntar: “O senhor sente-se bem?”)

Obrigado por essa menção aos Depeche Mode! I enjoy a lot…

Abraço!


Gritomudo,
Linda. Linda a poesia que citaste. Obrigado.

Abraço!


Ophiuchus,
Com água e sal, tal como as lágrimas.
Não sei se tenho mesmo que esperar que a vida decida ser boa…
Mas, estou cá. Obrigado!

Abraço!


Tongzhi,
Não cheguei com o nevoeiro, porque que já estava reservado pelo Sebastião. Assim, como assim, o mar saiu mais barato, porque estava em fim de época alta.
:-)

Obrigado também por tudo. Abraço!


Special K,
É verdade que ao ver o meu Google Reader, vi que a tua produção era menor do que a habitual. Devem ser os estudos a começar, não?
Força e um Abraço!

paulo disse...

acima de tudo, e ondas à parte, bom regresso! apesar da ausência de tempo, já tinha saudades! obrigado, sobretudo pela lembrança do mar com que NOS presenteaste! MUITO obrigado! um dia, espero que possamos retribuir-te!
um grande abraço!

Socrates daSilva disse...

Paulo,
Obrigado eu! O mar é lindo…
Abraço!