quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

parede ao fim do tunel





quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

light

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

impressão

salvo em raras excepções

sinto o meu corpo flutuar

imerso num mar de fogo

que escorre entre os dedos do tempo



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bacon revisto


Andei a pesquisar umas coisas do pintor Francis Bacon. A meio das minhas leituras recordei que um dos seus trabalhos, baseado no quadro do Papa Inocêncio X de Velásquez, fazia parte do meu imaginário de adolescente. Naqueles meus tempos juvenis, ao desfolhar o livro das Selecções, achei muita piada ao desfiguramento que tinha sido feito a um quadro clássico e realista.

Confesso que desde então não tenho dado muita atenção ao trabalho de Bacon. Ao revê-lo reconheço que o seu estilo suscita sensações intensas. Reconheço a grandeza de um homem autodidacta que soube pintar, como poucos, quadros que gritam de desespero, que incomodam, questionam e interpelam. Quadros que expõem a crueza da realidade que nos rodeia.

Pois é, ainda estou a aprender que a arte não fala sempre da harmonia de um esplêndido pôr-do-sol a ser cruzado por uma gaivota, ou por um barquinho de vela…


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mensagem

O sonho é ver as formas invisíveis

Da distância imprecisa, e, com sensíveis

Movimentos da esp’rança e da vontade,

Buscar na linha fria do horizonte

A árvore, a praia, a flor, a fonte –

Os beijos merecidos da Verdade.

 

Fernando Pessoa, Mensagem

 

(Nestes dias de frio, gosto do aconchego dos livros. Já andava com saudades de umas conversas com o Pessoa. A meio da coisa, ele disse-me isto)