sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Negra Sombra



Cando penso que te fuches,
negra sombra que me asombras,
ó pé dos meus cabezales
tornas facéndome mofa.

Cando maxino que es ida,
no mesmo sol te me amostras,
i eres a estrela que brila,
i eres o vento que zoa.

Si cantan, es ti que cantas,
si choran, es ti que choras,
i es o marmurio do río
i es a noite i es a aurora.

En todo estás e ti es todo,
pra min i en min mesma moras,
nin me abandonarás nunca,
sombra que sempre me asombras.

ROSALÍA DE CASTRO


Este poema cantado é um dos mais belos e populares da Galiza. 

Aqui cantado por Luz Casal, uma das minhas vozes espanholas preferidas.

2 comentários:

João Roque disse...

Também para mim, Luz Casal é uma voz de excepção; e embora esta seja uma bela canção, prefiro outras...
Abraço amigo.

Socrates daSilva disse...

Pinguim,
Ela, além de uma voz fantástica, tem realmente canções notáveis.
Esta é especial para mim em algumas alturas. E o poema é fabulosamente triste...
Abraço!