sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O dia das (três) mentiras

O Daniel Silva desafiou-me a fazer seis afirmações sobre mim, em que seis fossem verídicas e três constituíssem descaradas mentiras. Aqui vão:





1. Apertei a mão a um presidente brasileiro de visita a Portugal.

2. Gosto de caracóis a acompanhar uma bela e dourada cerveja.

3. Tenho receio de andar de metro.

4. Gosto de fazer festas a cães e gatos que encontro na rua.

5. Andei de noite a colar cartazes numa campanha política.

6. Assisti a um concerto da Mónica Sintra.

7. Andei duas horas perdido em Paris, mas para não “dar parte fraca” não pedi ajuda.

8. Gosto mais do inverno do que do verão.

9. Se fosse jardineiro, seria profissionalmente feliz.




Passo o desafio a três meninas:

Carpe diem, Free_soul e Violeta.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ainda a propósito do discurso do Sean Penn quando recebeu o Oscar

...

Estamos demasiado habituados a representar a experiência gay e lésbica através das figuras da tragédia e da vitimização, por um lado, ou da sublimação pela arte ou pelo prazer, por outro. O gay ou a lésbica internado à força, perseguido e brutalizado por bandos homofóbicos, por um lado; ou a figura de Oscar Wilde ou do hedonista sexual, por outro. 

...

Mas Milk era um homem normal, que tinha estudado para professor de liceu, lutara na guerra da Coreia, abrira o seu pequeno comércio, combatera os dejectos dos cães enquanto vereador... Como, afinal, o são praticamente todos os gays e lésbicas - homens e mulheres normais. Foi provavelmente essa normalidade que o matou - esse atrevimento de entrar na esfera pública. Tivesse ficado no "gueto", negociando a sua marginalidade, e talvez tivesse vivido para presenciar a débacle da abolição dos casamentos gay e lésbicos na Califórnia no mesmo dia em que Obama - o outro homem da Esperança - foi eleito.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Numb

Simply




Stupidly


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

“Obama, faz com que chovam caramelos”


Este título chamou a minha atenção na edição on-line do jornal espanhol El Pais. Informava que 4.500 crianças foram incentivadas a escrever ao Presidente americano para fazer pedidos ou compartilhar os seus sonhos.

(Qualquer semelhança entre esta situação e o que se passa uns dias antes do dia 25 de Dezembro deve ser pura coincidência!)

Claro que nem todos os pedidos foram tão especiais como o que deu titulo a este post; alguns eram muito ecologistas e preocupados com a existência da guerra, conforme podem confirmar na leitura integral da noticia.

 

Creio que o novo presidente americano tem que se ir habituando ao seu papel de politico com poderes mistos de Messias e Pai Natal.

(Olhem, vou terminar pois quero conseguir o e-mail dele para lhe fazer também uns pequenos pedidos…)

 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A subida

Subi a serra com aquela impaciência característica de quem não aguenta muito até reencontrar uma velha amizade; por fim, e apesar de parecer que todos os carros à minha frente andavam mais lentos do que o habitual, esses pesados minutos escoaram-se.

Inspirei devagar. Mais por insistir em fazer deste um momento especial do que por real cansaço. Sabia que voltaria a deslumbrar-me com tiques de ingenuidade ao transpor aquela porta rotativa. Sabia que voltaria a enganar-me no atalho para assim deambular ainda mais dentro deste castelo mourisco. Dentro de um espaço onde sei o que é o tempo sem tempo. Coisas de uma terra chamada Sintra.

 

Nunca dispenso uns minutos a sós com a pequena igreja românica de onde inicio a etapa que me leva a calcorrear alegremente os degraus das muralhas já meio devorados pelo tempo. Ao atingir este patamar elevado, sinto-me imbuído daquela inigualável sensação de felicidade arejada e livre, mesmo que seja fugaz. Mas, para a que a ocasião seja mais-que-perfeita tenho que ir ao meu local predilecto, onde, apenas com as nuvens como testemunhas, assumirei ser uma espécie de semideus, a olhar para baixo, para a humanidade espalhada por aquela enorme mancha esbranquiçada.


Penso. Se pudesse congelar este preciso segundo, quantas histórias...

Quantas pessoas empenhadas nas suas rotinas fatigantes, uns apenas para sobreviverem, outros nem sabendo porquê; quantos choros, uns contidos e secretos, outros soluçados a plenos pulmões; quantos projectos em embrião, uns para o sucesso, outros para o fracasso; quantos a tentar salvar vidas, e outros a esmigalhá-las displicentemente; quantas esperas por quem ou chega na hora, ou chega tarde ou nunca chegará.

Pressas, multas, desencontros, alegrias, quedas, portas encravadas, ódios, acidentes, sorrisos, compras e dores de barriga. 

Teria de tudo e mais alguma coisa neste segundo congelado no tempo.

 

Volto a mim. Ninguém olha para cima, para o castelo, e sabe que lá estou a observar e inventar.

 

 

Serei mesmo um grande estúpido e consequentemente alguma coisa está a escapar ao meu entendimento ou serei mesmo o único que acha que existe algo terrivelmente errado no sentido deste mundo?

 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Li algures...

"Quando as ansiedades do meu coração são muitas,
as vossas consolações aliviam a minha alma."

Salmo 94(93), verso 19
Antigo Testamento

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Desculpa-me

"Uma vez que alguma coisa de tão grave se passara comigo, parecia-me, ingenuamente, que eu deveria estar mudado. O espelho, porém, não me enviou senão o reflexo do meu rosto de sempre, um rosto inquieto, angustiado e pensativo. Passei a mão pelas faces menos para apagar o vestígio de um contacto do que para assegurar-me de que a imagem reflectida era bem a minha. O que torna a volúpia tão terrível é talvez o fato de que ela nos ensine que temos um corpo. Antes, ele não nos servia senão para viver; a partir de um determinado momento, sentimos que esse corpo tem sua existência particular, seus sonhos, sua vontade, e que, até à nossa morte, teremos de levar em conta a sua presença, ceder, transigir, ou lutar. 

(…)

Termino por lastimar-te sem, contudo, condenar-me severamente. É certo que te traí, mas não quis enganar-te. 

(...) 

Não tendo podido viver segundo os preceitos da moral estabelecida, procuro, pelo menos, estar de acordo com a minha própria. No momento em que decidimos renegar todos os princípios, é conveniente que conservemos, no mínimo, os escrúpulos. Assumi para contigo compromissos imprudentes que deveria ter mantido por toda a vida. 

Peço-te humildemente, o mais humildemente possível, perdão. Não por te deixar, mas por ter ficado por tanto tempo.”


(Alexis ou o tratado do vão combate, Marguerite Yourcenar)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Segredo


Mais uma música para a minha banda sonora de 2009. Um grupo do Porto, pois então!