Ao limpar as estantes e voltar a arrumar os livros gosto de desfolhá-los porque, por vezes, encontro surpresas entre as folhas. Acontece que tenho o hábito de que, quando quero marcar uma página para mais tarde voltar a passar-lhe os olhos, apanho o que tenho à mão e enfio lá. A verdade é que na maioria das vezes, passa-me de ideia e só meses ou anos depois encontro o dito “marcador” e já não recordo o que estava a marcar. Não há muito tempo encontrei uma nota de mil escudos!
Ontem, encontrei um marcador. Esse marcador foi-me oferecido há mais de 20 anos - era eu um miúdo - por uma amiga que soube de uma época triste que, na altura, estava a passar. O marcador ostenta uma fotografia de um sol poente enquadrado numa árvore outonal e diz o seguinte:
Onde tudo parece acabar é que tudo começa.
(Começou Dezembro…)
4 comentários:
Amigo Sócrates
essa de marcar os livros com notas de mil (mesmo escudos...) é uma habilidosa forma de aforro, eheheh...
Abraço.
Sócrates - Giacomo Lampedusa, ese mm, o do Gattopardo, dizia que a sua biblioteca encerrava duas riquezas: a bibiográfica, é claro, e aquela que resultava do seu esquecimento: Lampedusa ia colocando dinheiro entre as páginas, que depois era esquecido!!!
Na Índia a vaca é sagrada.
Os meus livros são sagrados.
Não dobro uma folha.
Não risco uma folha.
Não dobro a lombada do livro.
Ler é um ritual.
Coisas...
GRITOMUDO
Pinguim,
A intenção não era essa, foi mesmo a preguiça de levantar-me e de procurar um marcador decente; tinha a carteira perto e, lá vai disto!
O pior foi que quando descobri a dita nota, já os euros cá andavam há muito tempo. Fica para recordação…
Abraço !
Manuel ,
Bem, fiquei contente com a informação! Sempre posso invocar que o meu hábito é típico de gente famosa!
:-)
Abraço!
Gritomudo,
E fazes tu muito bem! Compartilho essa veneração por livros.
(Trato-os é um bocado mais mal…)
Abraço!
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