sábado, 26 de janeiro de 2008

Friends, amigos & companhia limitada – parte 2 (as citações)


Há alguns anos li um livro de Miguel Esteves Cardoso cujo nome já não me lembro, mas um dos capítulos com o tema “Os amigos e os amigalhaços” impressionou-me tanto que as fotocópias dessas páginas ainda hoje me acompanham para as reler de vez em quando. Com o devido respeito pelos direitos de autor, vou tomar a liberdade de transcrever algumas passagens:

“...nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar – todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas.”

“O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão.”

“Quando se é amigo de alguém, também se está a dizer «Toma – eis este poder sobre mim». Quanto maior for o poder de fazer alguém feliz, maior também é o poder de magoar.”

“A amizade é uma condição que nunca pode ser excepcional. Tem de ser habitual e eterna e previsível. E a economia dela nota-se mais quando reparamos que, sempre que não estamos com os nossos amigos, estamos sempre a falar deles. É bom dizer bem de um amigo, sem que ele venha a saber que dissemos. E ter a certeza que ele faz o mesmo, pensando que nós não sabemos.”

“A amizade vale mais que a razão, o senso comum, o espírito crítico e tudo o mais que tantas vezes justifica a conversação, o convívio e a traição. A amizade tem de ser uma coisa à parte, onde a razão não conta. Ter um amigo tem que ser como ter uma certeza. Num mundo onde certezas, como é óbvio, não há.”

“Ser amigo sem esforço, sem sacrifício, é ser amigo sem amizade. Gostar das pessoas é fácil. Ser amigo delas não é. Mas, as coisas que valem a pena não podem deixar de ter a pena que valem. É pena não se poder ser amigo de toda a gente, mas um só amigo vale mais do que toda a gente. Porquê? Sei lá. Mas vale”

Ámen

4 comentários:

paulo disse...

Tal como o post anterior sobre os amigos, este também está fantástico e a escolha das citações é do melhor.
Um abraço

Socrates daSilva disse...

Paulo
Obrigado pela tua opinião. Este tema "inspira-me".
Abraço tb

Anónimo disse...

Há muitos, muitos anos que comecei a ler o Principezinho. Digo comecei porque nunca deixei de o ler. Volto a ele com frequência. Confesso que o episódio que começa no jardim das rosas, atravessa o diálogo com a raposa e termina na constatação da unicidade da rosa que ele possuia no seu planeta - a única no universo - me moldou a bitola que uso para considerar ou mesmo apelidar alguém de amigo. Parabéns pelo teu poste.

Socrates daSilva disse...

yoseph,
o teu comentário fez-me recordar que tenho o principezinho na minha biblioteca. Vou lê-lo mais uma vez. obrigado pelos teus comentários. abraço