Muito já se falou e se continuará a falar sobre esta monumental crise financeira. Especialistas divagam sobre as causas, os avisos que existiam e a justeza das soluções encontradas. Prognósticos sobre o que nos espera ecoam insistentemente.
Mas, no meio desta revoada de informação, um par de questões surgiram-me logo que vi a disponibilidade de vários governos abrirem os cordões à bolsa e avançarem com colossais quantias para salvar empresas em nome do bem público.
Se os governos já há muito tempo estavam a cortar nas despesas e a afirmar que, por exemplo, não podiam sustentar certos serviços sociais devido à falta de dinheiro, onde foram agora desencantar esta maquia?
Se era tão difícil ajudar o desenvolvimento de países pobre e famintos e encontrar soluções para acabar com a poluição devido a ser muito dispendioso, como se consegue agora rapidamente encontrar estas generosas verbas?
Eis quando me deparo com esta informação, via blogue O país do Burro:
“Há 925 milhões de pessoas em todo o mundo que passam fome e talvez haja outras tantas severamente desnutridas. Para acabar com este flagelo, a FAO estima que seriam necessários 30 mil milhões de dólares. Quer dizer, para que ninguém no mundo morresse de fome ou de sede, seriam necessários apenas 40 por cento daquilo que o BCE injectou nos mercados financeiros apenas num só dia, em 29 de Setembro último.
Será normal que os cidadãos se questionem sobre este contraste imoral e asqueroso. Que se perguntem como é que a fome e a sede de 1000 milhões de pessoas não seja suficientemente importante para que os bancos centrais contribuam para o seu financiamento. E que se questionem sobre de onde sai tanto dinheiro para salvar os bancos os ricos.”
O post apontava para um documento publicado on-line pela espanhola Fundación Sistema. Vale a pena ler. Não porque seja bonito. Porque se vê a porcaria de mundo em que se vive. Ou melhor, se vê a porcaria de gente que existe e que controla assuntos vitais deste planeta.
3 comentários:
Vai por aí um belo panorama, vai... E mais não digo que sou doente dos nervos! Abraço!
Eu não quero meter-me em assuntos que não domino; mas há aqui nesta "crise" coisas que não entendo; os grandes bancos e sguradoras americanos estão à beira da bancarrota; e para os "salvar" (mas isto é uma economia de mercado, porra...), o governo americano injecta neles milhões e milhões...dos contribuintes (está mal mas é lá com eles); mas a economia americana domina o mundo(talcez menos a Venezuela) e lá estala a crise económica no velho continente: a Islândia(um país, não uma empresa) está à beira de um colapso e os países da zona euro andam a apanhar papéis... Isto é puro colonialismo económico, e mais que isso é a falência total do capitalismo, com as nacionalizações dos grandes bancos; nem no tempo do PREC...
Enfim, a ver vamos... mas que o Marx se está a rir na cova, ai isso está.
Abraço.
Arion,
Podes crer que a procissão ainda vai no adro. Quem não sofre dos nervos, vai passar a sofrer e bem…
Abraço!
Pinguim,
Esta muito bem descrita a situação!
Agora a questão é que se o capitalismo está a falhar, deixa lá que o socialismo também já deu provas da sua incapacidade…
E então, para onde nos viramos?
Abraço!
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