Numa cidade, viviam duas mulheres que tinham o mesmo nome: Antónia. Uma era freira e a outra, taxista. Quis o destino que morressem no mesmo dia. Quando chegaram ao céu, São Pedro esperava-as.
- Qual é o teu nome?
- Antónia
- A freira?
- Não, a taxista.
São Pedro consulta os seus apontamentos e diz:
- Bem, ganhastes o paraíso. Levas esta túnica de linho que foi tecida com fios de ouro. Podes entrar. A próxima... O teu nome?
- Antónia
- A freira?
- Sim.
- Bem, também ganhastes o paraíso... Levas esta túnica de linho. Podes entrar.
A religiosa diz:
- Desculpe, mas deve existir algum engano. Eu sou Antónia, A FREIRA!
- Sim, minha filha, e, como já te informei, ganhastes o paraíso. Levas esta túnica de linho...
- Não pode ser! Eu conheço a outra Antónia, Senhor. Era taxista, vivia na minha cidade e era um desastre! Subia nos passeios, batia com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava as pessoas. Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais. E eu, eu passei 65 anos pregando todos os domingos na paróquia. Como é que ela recebe a túnica de linho com fios de ouro e eu esta túnica simples?
- Não há nenhum engano - diz São Pedro. É que, aqui no céu, adoptamos uma gestão mais eficiente...
- Não estou a entender!
- Eu explico-te: Já ouviste falar de Gestão por objectivos? Agora o que conta são os números, e temos observado que nos últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas dormiam. E cada vez que ela conduzia o táxi, as pessoas rezavam muito!
Resultado é o que importa ...
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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6 comentários:
O mundo está completamente maluco, e a maluqueira do capitalismo selvagem já chegou ao paraíso...
Abraço.
que bonito. isto parece a avaliação por objectivos na educação! que se lixem meios, claro. acho que sempre foi assim, certo?
Já nem as intenções contam...
(uma marquinha neste teu areal, é sempre um prazer!) Abraços.
Pinguim,
Está mesmo tudo maluco! Os valores trocados, os números acima dos sentimentos e para quê? Olha que faz graça que há uns minutos li um prospecto sobre uma peça de teatro que no texto da sinopse incluía esta frase: “Se as coisas foram feitas para serem usadas e as pessoas amadas, porque usamos as pessoas e amamos as coisas?”. É uma questão para reflectir sobre esta loucura total.
Abraço!
Paulo,
Parece, não parece?
Lembrei-me desta piada pelas notícias que vi aquando do dia do professor. Força!
Abraço
Ophiuchus,
As intenções só contam para quem se importa com pessoas. Numa sociedade cada vez mais “eficiente”, os números é que são reis e senhores. E eu por vezes pergunto-me porque se quer tanta eficiência e rapidez em detrimento do que é realmente importante. Como se um hamster ficasse melhor por dar mais 20 voltas por dia na sua rodinha!
(É um prazer!)
Abraço!
lol
ta muito boa.
Um grande abraço
Special k,
Pois é! Temos que rir com estas desgraças…
Um grande abraço também e obrigado pela tua visita, agora que andas tão ocupado!
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