sábado, 4 de outubro de 2008

Manjar

A primeira vez que o vi foi numa passagem por Moura. Numa rua estreita encontrei uma pastelaria que proporcionou refugio e uma promessa de água fresca face ao calor abrasador que então se fazia sentir. Curioso como sou, logo reparei nele. Como um rei, na sua taça de vidro e rodeado dos outros doces comuns como se fossem a sua corte. Perguntei no balcão qual era o nome daquela misteriosa iguaria. Manjar, foi a resposta.

Provei. Gostei. E quando, esporadicamente, passo por esta jovem cidade alentejana, é ponto de paragem obrigatório. O manjar e eu temos sempre que colocar a conversa em dia.

Mas, voltando àquela primeira vez, a história ainda não terminou. Ao passear pela cidade, dei de caras com um pequenino livro que estava num expositor – penso que foi na Biblioteca Municipal - quase feito artesanalmente, mas que o titulo me cativou: Cozinha de Moura. Era da autoria de uma senhora chamada Maria da Conceição Segurado, que pelos vistos tinha fama de excelente cozinheira. Desfolhei-o. Este livrinho continha um conjunto de várias receitas típicas do concelho. Claro, que encontrei a página que desvendava o segredo do Manjar. Comprei-o.

Confesso que por mais que se faça a receita, nunca sabe tão bem como quando se degusta o manjar em Moura. Para quem interesse um dia fazer a comparação, aqui vai a receita, conforme regista o livro. Poderosamente simples e altamente calórico. Prontos, não é para comer todos os dias! O que o torna até mais fidalgo.



Manjar

250 g. de miolo de amêndoa

250 g. de açúcar

Miolo de pão (mais ou menos 250 g. digo eu)

6 gemas


Coloca-se o açúcar ao lume com duas ou três colheres de água, deixa-se ficar em fio e junta-se a amêndoa picada, mexe-se muito bem. À parte coloca-se numa tigela o miolo de pão e deita-se água a ferver mexendo até ficar em papa.

Junta-se a papa de pão à amêndoa e ao açúcar, mexendo sempre. Batem-se 6 gemas e sem retirar o tacho do lume deitam-se as gemas em fio mexendo sempre.

Finalmente deita-se o manjar numa travessa e decora-se com drageias prateadas ou coloridas.



5 comentários:

João Roque disse...

A sorte que eu tenho de ñão ser grande apreciador de doces e principalmente de amêndoa; caso contrário, lá teria eu de ir de vez em quando a Moura, comer o "Manjar"; até porque o meu coração continua sempre ligado a Serpa; e como diz o povo: "Lá vai Serpa, lá vai Moura, e as Pias ficam no meio" ( e que "pomada" há nas Pias...)
Abraço alentejano e amigo.

Anónimo disse...

Quase tudo o que é alentejano é bom. Quase... ;)

Socrates daSilva disse...

Pinguim,
O que vale é que no Alentejo existe comida e bebida para todos os gostos!
Terra abençoada. (Ai saudades…)
Abraço compadri!


Arion,
Amo o Alentejo conhecendo as suas coisas muito boas e as suas coisas menos boas. E gosto muito dele assim.
;-)
Abraço!

carpe diem disse...

Olá...

Sei que não é o post adequado para te dizer... Ainda bem que voltaste!!! :)))...

Welcome...

beijinhos...

PS - O Abrunhosa é um poeta excepcional :)

Socrates daSilva disse...

Carpe diem,
Claro que é um post adequado para receber os amigos!
(Vai um pouco de manjar enquanto escutamos o Abrunhosa?)
:-)
Obrigado!
Bjs