segunda-feira, 30 de junho de 2008

PorQueMeApeteceum Junho

Em Junho, saboreei mais demoradamente dois blogues muito interessantes. Para eles vai o meu PorQueMeApeteceum deste mês que hoje termina.

In Senso
Destaca as palavras senso e utopia. E muito bem!
Uma capacidade de saber escrever e julgar com ponderação e inteligência. E com uma vertente construtiva e esperançosa que bem necessitamos!
Gostei especialmente de dois post’s.

A escolha
Numa época de "Obamamania", gostei de ler um artigo claro e conciso sobre os dois candidatos.

Que ideia de cidade?
Uma boa reflexão sobre os caminhos que a minha querida cidade natal está a tomar no que diz respeito ao planeamento urbano.

(Bem, parece que o com senso foi de férias, assim resta-me desejar que sejam revigorantes e inspiradoras para a reentré.)


Vitamina Y

Design, novas tecnologias e muito bom humor. Muito divertido e informativo. Já utilizei mesmo algumas das sugestões, ri-me imenso e fiquei mais sapiente.
Duas que se destacam:

29 regras para escrever bem português
Hilariante até mais não.

Jogos Olímpicos de 2016
Ui! O que gosto deste tipo de coisas.

(Boa continuação!)

domingo, 29 de junho de 2008

¡Y Viva España!



Es hoy la final de la Eurocopa 2008 de fútbol.
El “fútbol-dependiente” espera 4 años por este día. (verdad, intercalado por el mundial…)


Voy a dar mi apoyo entusiasmado al vecino país.
Por la alegría y espontaneidad de sus gentes…
Por ciudades como Madrid, Barcelona, Sevilla, San Sebastián, Toledo, Granada, Salamanca, Santiago de Compostela, Zaragoza, Cáceres, Burgos...
Por la paella, lo gazpacho, las tapas,
la fabada, la tortilla...
Porqué debe ser el país de la Europa donde si vive mejor…
Claro, por lo bien jugado fútbol lleno de raza e imaginación.

¡Porqué me apetece!

¡Fuerza España!

¡Olé!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Apanhado a dormir no trabalho?


quinta-feira, 26 de junho de 2008

...

“– Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz – disse ele depois de um tempo – temos um pequeno período de tranquilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e infestar todo o ambiente em que vivemos. Começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos cercam, e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e as psicoses. O que queríamos evitar no combate – a decepção e a derrota – passa a ser o único legado de nossa covardia. E um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, a morte que nos livrasse de nossas certezas, de nossas ocupações, e daquela terrível paz das tardes de domingo.”


(em O diário de um Mago, Paulo Coelho)


terça-feira, 24 de junho de 2008

Odeio. Sinceramente Odeio.

Odeio.

Odeio o que a vida fez de mim.
Odeio o que sinto.
Odeio o que finjo que sou.
Odeio o sorriso idiota que ostento.
Odeio a falsidade que uso.
Odeio o medo que tenho do que os outros pensam.
Odeio a distancia.
Odeio o não puder dizer a ninguém que o amo.
Odeio o entorpecimento.
Odeio o desejo.
Odeio a minha vida.
Odeio estas lágrimas.
Odeio o não agarrar as mãos que são estendidas.
Odeio a ignorância.
Odeio o ódio que sinto.


domingo, 22 de junho de 2008

E agora?



Portugal perdeu com a Alemanha.
Para alguns isso foi uma desgraça maior que os reais problemas do país. Um vizinho meu tirou a bandeira da janela, logo depois do jogo terminar. O povinho que tanto dava aleluias ao nosso país lança agora pragas e acusações sobre quem tem culpa na derrota. Semelhantes casos também aconteceram em outros países que prematuramente saíram do Euro.

Bem, vou dar a alguns uma novidade: Era um jogo de futebol.
Um apaixonante, emotivo e simples jogo de futebol.
Não estava em causa a independência nacional, o bem-estar dos cidadão ou projectos para este pais andar para a frente. Era mesmo apenas um jogo de futebol. Onde jogadores, técnicos e staff fizeram umas coisas boas, outras erradas, mas acima de tudo deram-nos gozo. Providenciaram-nos horas de vivídos sentimentos, sejam eles de alegria ou desilusão. Como aliás a vida faz.

Tenho que desta vez concordar com a frase de Cavaco Silva:
"Mas há vida e desafios para lá do futebol e são esses desafios que temos agora que enfrentar, olhar para o futuro e não ficar agarrado ao passado. O dia de ontem já passou”

E futebol é apenas futebol!
Faz-me pensar que espécie de nacionalismo pode ser este, em que se tem uma bandeira na janela só para um jogo de futebol. Que orgulho é este que existe só quando se ganha?

Gosto de futebol e muito. Gosto que Portugal jogue bem e ganhe. Mas, quando perde, paciência! É a vida… Continuo a gostar muito de certas coisas neste país plantado á beira-mar e a desejar que outras desapareçam ou melhorem.

Mas vou continuar a delirar com o Euro.
Já adoptei duas selecções. A Espanha, porque não tenho complexos de vizinho. Sou muito admirador do que de bom têm os “nuestros hermanos” e não tenho problemas em assumir essa afeição. E a Turquia. Além de ser um dos países que mais gostava de visitar e conhecer, estou fascinado com a paixão com que estão a jogar este Euro. Está a impressionar-me o espírito de entrega, de lutadores, de acreditarem até ao fim e a sua força anímica.

Porque sempre há vida depois de uma eliminação do Euro.


sábado, 21 de junho de 2008

Patriotismo...


(Lembrei-me deste cartoon da Mafalda há algum tempo, por causa de um post no blogue do Maurice. Já o encontrei e mesmo já indo longe o dia de Portugal, aqui o deixo.)


quinta-feira, 19 de junho de 2008

Eu sei

(...)

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,

sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.

António Gedeão


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Lobo


Origem da Fotografia





Origem da fotografia



O lobo sempre exerceu sobre mim uma fascinação imensa. As histórias em que o apresentavam como um animal horroroso, tal como no capuchinho vermelho, nunca me convenceram. Sei que é um predador, tal como muitos outros animais - por vezes apresentados como mais "inocentes"- também o são. Mas, o lobo tem classe, tem tenacidade, tem estratégia. Gosto muito da frase de Rudyard Kipling: "O lobo é a força da alcateia e a alcateia é a força do lobo".


Um local a visitar para quem gosta destes animais é Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. Situa-se em Gradil, Malveira.


Há algum tempo que o Special K, sugeriu-me uma música a propósito de lobos e lua cheia. Mesmo não sendo da área musical onde me sinto mais á vontade, gostei imenso da música e do vídeo divertido. Como o que é bom é para compartilhar, aqui vai.



terça-feira, 17 de junho de 2008

Li algures...

"As pessoas...valem na medida em que nos valorizam, nos dão algo mais ou nos abrem perspectivas."

(Recebi por e-mail esta preciosidade. Achei que seria uma pena ficar perdida no meio da minha correspondência. Assim, também posso dizer que, com esta definição, tenho amigos que valem o seu peso em ouro!)


domingo, 15 de junho de 2008

O que lembra a palavra SUÍÇA?

Esta pergunta feita logo no dia de hoje é suspeita…
Alguém, com pouca paciência para charadas, dirá “FUTEBOL ! (tanso)”

Pois claro! Na Suíça e com a Suíça. Era impossível não o saber, pois creio que deve ser a informação mais repetida por centímetro quadrado em qualquer meio de comunicação que se preze. Se existir alguém que não sabe que nestes dias realizam-se jogos de futebol muito importantes na Suíça e na Áustria, deve ser surdo, cego e… estar debaixo de sete palmos de terra!

Mas, a Suíça lembra também outras coisas. Chocolate, relógios, bancos onde se pode colocar algum dinheiro extra que se tenha, neutralidade, …


Sim!?
(O Unfurry?... Sim, também...)

Mais nada?...

Bem, se quem está a ler isto ainda lembra-se do tempo em que não existiam telemóveis, computadores, Internet, mais do que dois canais de televisão e Multibanco, então sabe de outra palavra que tem uma ligação emocional á palavra Suíça.

(Eu andei a ver isto “N” vezes e veio-me a lagriminha ao canto do olho…)



E como gosto imenso de futebol e sou politicamente correcto:
Viva Portugal!


sexta-feira, 13 de junho de 2008

Às vezes entre a tormenta




Às vezes entre a tormenta,

quando já umedeceu,

raia uma nesga no céu,

com que a alma se alimenta.

E às vezes entre o torpor
que não é tormenta da alma,
raia uma espécie de calma
que não conhece o langor.

E, quer num quer noutro caso,
como o mal feito está feito,

restam os versos que deito,
vinho no copo do acaso.

Porque verdadeiramente
sentir é tão complicado
que só andando enganado
é que se crê que se sente.

Sofremos? Os versos pecam.
Mentimos? Os versos falham.

E tudo é chuvas que orvalham
folhas caídas que secam.

Fernando Pessoa


(Hoje faz 120 anos do nascimento deste grande poeta. Confesso que andava há muito tempo a tentar escrever um texto para este dia. Nenhuma tentativa me deixou satisfeito. O melhor é mesmo recordar um poema dele. Obrigado Pessoa!)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A minha praia

Existem locais assim. Míticos e obrigatórios na vida de uma pessoa. Retalhos de terra onde algo marcou a nossa existência. Locais onde necessitamos regressar física e mentalmente, como se uma especie de ritual fosse; para tentarmos encontrar uma espécie de bússola que nos indique uma espécie de futuro. Com os pés enraizados nesse espaço, desejamos respirar as vivências e as memorias que aí flutuam.

Um desses meus locais é uma praia. Uma linda praia, diga-se de passagem.

Começa por ser um dos ícones dos meus tempos de inocência. Os verões de uma criança a correr pelo areal, a fazer castelos de areia, a apanhar escaldões e a pedir insistentemente gelados e bolas de Berlim que os vendedores apregoavam. Que tanto brincava, como zangava-se com os amiguinhos que nesse dia estivessem disponíveis. Tempos de um ritmo sem relógio, de uma agitação inspirada pela brisa, de corridas e lutas com as ondas. São das memórias onde mais gosto de me refugiar, de me esconder. São a pureza que por vezes tenho que ir buscar para tentar limpar-me. Para tentar esfregar arduamente a minha pele e pensamentos. Por isso este local encerra um dos maiores tesouros da minha existência.

Ambiguamente, foi um local cruel também.

Foi onde, até agora, conheci mais de perto a morte. Já adolescente, num dia de marés traiçoeiras, fui arrastado confusamente para o alto mar. Tentava gritar por ajuda, mas o mar teimava em calava-me a boca com a sua água salgada. Em desespero instintivo comecei a bracejar como pude. Foi o que me salvou. A última imagem que recordo foi de duas pessoas a lançarem-se ao mar na minha direcção. Depois, o sufoco do sal, a flutuação de um desmaio gradualmente imposto. Recordo de acordar no areal com muita gente á minha volta, a massajarem-me, a darem-me bebidas quentes e até aguardente. Fui a triste estrela do dia naquela praia.

Medito nesse dia. Por vezes arrisco a pensar se não teria o destino determinado que essa deveria ter sido a data, e essa a maneira, de encerrar a minha existência. Mas, alguém lhe deu a volta. Hoje, tantos anos depois, penso ocasionalmente nas dores que poderiam ter sido evitadas para mim e para outros se o mar tivesse feito bem o seu trabalho. Que solução tão simplesmente prática para um problema que ainda não tinha assomado na totalidade do seu esplendor. Não é todos os dias que penso assim, mas penso…




Gosto de ir lá no verão. Esta praia pode estar a abarrotar de gente que ainda parece que está vazia. É bom ela ser assim. Não gosto de me sentir apertado em praias pequenas. Gosto da sensação de imensidão. Gosto também da serra por cenário.

Mas gosto ainda mais de ir lá no Inverno. É mais minha. Gosto de ver as pessoas a passear com os seus cães, gosto de ver os pais a ensinar aos filhos a içar um papagaio de papel, gosto de molhar os pés enquanto caminho, gosto de me sentar nas ruínas de madeira dos bares que descansam do verão e observar. Gosto da solidão com corpo de maresia e com alma de areia.

Inocência, morte e solidão. Que palavras aparentemente tão incomuns para se conjugar com a palavra praia.

Com a minha praia.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Li algures...

"Estamos todos deitados na sarjeta, mas alguns estão olhando para as estrelas."


Oscar Wilde

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Palavras



Limpo palavras.
Recolho-as à noite, por todo o lado:
a palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor.
Trato delas durante o dia
enquanto sonho acordado.
A palavra solidão faz-me companhia.


Quase todas as palavras
precisam de ser limpas e acariciadas:
a palavra céu, a palavra nuvem, a palavra mar.
Algumas têm mesmo de ser lavadas,
é preciso raspar-lhes a sujidade dos dias
e do mau uso.
Muitas chegam doentes,
outras simplesmente gastas, estafadas,
dobradas pelo peso das coisas
que trazem às costas.


A palavra pedra pesa como uma pedra.
A palavra rosa espalha o perfume no ar.
A palavra árvore tem folhas, ramos altos.
Podes descansar à sombra dela.
A palavra gato espeta as unhas no tapete.
A palavra pássaro abre as asas para voar.
A palavra coração não pára de bater.
Ouve-se a palavra canção.
A palavra vento levanta os papéis no ar e
é preciso fechá-la na arrecadação.


No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe,
leves palavras voadoras
sem nada que as prenda à terra,
outra vez nascidas pela minha mão:
a palavra estrela, a palavra ilha, a palavra pão.


A palavra obrigado agradece-me.
As outras não.
A palavra adeus despede-se.
As outras já lá vão, belas palavras lisas
e lavadas como seixos do rio:
a palavra ciúme, a palavra raiva, a palavra frio.


Vão à procura de quem as queira dizer,
de mais palavras e de novos sentidos.
Basta estenderes a mão
para apanhares a palavra barco ou a palavra amor.


Limpo palavras.
A palavra búzio, a palavra lua, a palavra palavra.
Recolho-as à noite, trato delas durante o dia.
A palavra fogão cozinha o meu jantar.
A palavra brisa refresca-me.

A palavra solidão faz-me companhia.

"O limpa-palavras".
Álvaro Magalhães

sábado, 7 de junho de 2008

Leave Out All the Rest

I dreamed I was missing
you were so scared
But no one would listen
'cause no one else cared
After my dreaming,
I woke with this fear
What am I leaving
when I'm done here?

So if you're asking me,
I want you to know

When my time comes,
forget the wrong that I've done
Help me leave behind
some reasons to be missed
Don't resent me,
and when you're feeling empty
Keep me in your memory
leave out all the rest

Leave out all the rest,
don't be afraid
I've taken my beating,
I've shared what I made
I'm strong on the surface,
not all the way through
I've never been perfect,
but neither have you

So if you're asking me,
I want you to know

When my time comes
forget the wrong that I've done
Help me leave behind
some reasons to be missed
Don't resent me,
and when you're feeling empty
Keep me in your memory,
leave out all the rest
Leave out all the rest

Forgetting all the hurt inside
you've learned to hide so well
Pretending someone else can come
and save me from myself
I can't be who you are

When my time comes,
forget the wrong that I've done
Help me leave behind some
reasons to be missed
Don't resent me,
and when you're feeling empty
Keep me in your memory
leave out all the rest
Leave out all the rest

Forgetting all the hurt inside
you learned to hide so well
Pretending someone else can
come and save me from myself
I can't be who you are

I can't be who you are


Leave Out All The Rest
Linkin Park

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Pecado Original


Adão e Eva, 2005
, Óleo sobre tela
Rosário Andrade



Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?
Será essa, se alguém a escrever,
A verdadeira história da humanidade.


O que há é só o mundo verdadeiro, não é nós, só o mundo;
O que não há somos nós, e a verdade está aí.


Sou quem falhei ser.
Somos todos quem nos supusemos.
A nossa realidade é o que não conseguimos nunca.


Que é daquela nossa verdade — o sonho à janela da infância?
Que é daquela nossa certeza — o propósito a mesa de depois?


Medito, a cabeça curvada contra as mãos sobrepostas
Sobre o parapeito alto da janela de sacada,
Sentado de lado numa cadeira, depois de jantar.


Que é da minha realidade, que só tenho a vida?
Que é de mim, que sou só quem existo?
Quantos Césares fui!


Na alma, e com alguma verdade;
Na imaginação, e com alguma justiça;
Na inteligência, e com alguma razão —
Meu Deus! meu Deus! meu Deus!
Quantos Césares fui!
Quantos Césares fui!
Quantos Césares fui!

Álvaro de Campos

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Hoje este blogue não é meu

Se O Fugitivo tivesse um blogue, este filme estaria lá, pois foi ele que o descobriu e me enviou.





Assim, se deixarem comentários, devem ser dirigidos ao Fugitivo, pois hoje este é o blogue dele.