segunda-feira, 12 de maio de 2008

Caminante No Hay Camino

Todo pasa y todo queda
Pero lo nuestro es pasar,
Pasar haciendo caminos,
Caminos sobre la mar.

Nunca perseguí la gloria,
Ni dejar en la memoria
De los hombres mi canción;
Yo amo los mundos sutiles,
Ingrávidos y gentiles
Como pompas de jabón.

Me gusta verlos pintarse de sol y grana,
Volar bajo el cielo azul,
Temblar súbitamente y quebrarse...
Nunca perseguí la gloria.

Caminante son tus huellas el camino y nada más;
Caminante, no hay camino se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
Y al volver la vista atrás
Se ve la senda que nunca
Se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino sino estelas en la mar...

Hace algún tiempo en ese lugar
Donde hoy los bosques se visten de espinos
Se oyó la voz de un poeta gritar
Caminante no hay camino, se hace camino al andar...

Golpe a golpe, verso a verso...
Murió el poeta lejos del hogar
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse, le vieron llorar.
"caminante, no hay camino, se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...
Cuando el jilguero no puede cantar
Cuando el poeta es un peregrino,
Cuando de nada nos sirve rezar.
Caminante no hay camino, se hace camino al andar.

Golpe a golpe, verso a verso.


Um dos comentários deixado no meu ultimo post, recordou-me um dos versos que mais gosto.
“Caminante no hay camino, se hace camino al andar”.

Conhecia a expressão de uma das músicas do cantor catalão Joan Manuel Serrat. Aprendi nesse comentário que o verdadeiro autor desta letra, é o poeta andaluz Antonio Machado. Claro que foi o pretexto para andar com esta música a esvoaçar dentro da minha cabeça. Por isso hoje desejei colocar aqui este poema, escrito e cantado.


Claro que é inteiramente dedicado a ti, Fugitivo!

11 comentários:

O Fugitivo disse...

Amigo Sócrates dasilva

Este é um dos meus poemas favoritos. E como tenho aprendido, nos últimos tempos, como tu, que o caminho faz-se caminhando! Com pequenos passos. E outros maiores.
Obrigado pela dedicatória e por tudo.
Um abraço forte e solidário

Daquele que agora se dá pelo nome de
Fugitivo

Anónimo disse...

Que bonito, Sócrates!... É disto que se faz a solidariedade e a cumplicidade. É também isto que faz a rede da blogosfera: embala-nos - conscientes e saborosamente -nas suas malhas.

Olha, vou dedicar-vos (a ti e ao Fugitivo) uma coisa. Estou certo que ma entendem. :)

Soneto

Se, para possuir o que me é dado,
Tudo perdi e eu própio andei perdido,
Se, para ver o que hoje é realizado,
Cheguei a ser negado e combatido.

Se, para estar agora apaixonado,
Foi necessário andar desiludido,
Alegra-me sentir que fui odiado
Na certeza imortal de ter vencido!

Porque, depois de tantas cicatrizes,
Só se encontra sabor apetecido
Àquilo que nos fez ser infelizes!

E assim cheguei à luz de um pensamento
De que afinal um roseiral florido
Vive de um triste e oculto movimento



António Botto
Aves de Um Parque Real
As Canções de António Botto
Editorial Presença
1999


Às vezes... mas nem sempre! :)

Moi disse...

Inebriado pelos saltos, música, amor, perfume e rosas (os picos doem, sangram, mas curam-se!!!), é na palavra, no verbo, que todos nos inspiramos... y el camino se hace asi!

Abraços

Maurice disse...

Vinha aqui dizer-te qualquer coisa... mas depois de ouvir o Serrt a cantar Machado, mais vale calar-me... :)

Abraço

Socrates daSilva disse...

Fugitivo,
É de facto um poema imortal!
O tempo (e boas conversas) tem realmente sido para mim um mestre em mostrar o sentido destas palavras.
Agradecido estou eu pela tua partilha e comentário
Abraço amigo

Catatau,
Tens toda a razão do mundo. Se me contassem á algum tempo não acreditaria.
Estou mesmo “embalado” pela tua dedicatória…
Espectacular!
Acho que amanhã vou dar uma resposta mais sentida, que esta apanhou-me assim…
Abraço grande

Moi,
Que caminhada tão bem descrita a tua!
Benditas palavras!
Abraço grande

Maurice,
O silêncio por vezes é o melhor tributo a momentos assim.
Vou calar-me também.
Abraço grande

Oz disse...

Sim, sim, estou com o Maurice, mais palavras para quê... Vamos ficar a ouvir.
Abraço.

João Roque disse...

Este comentário pretende dizer algo a várias pessoas: -Pus-me a cismar se uma terapia a dois,por iniciativa própria, não trará resultados muito bons; estou em crer que sim, e se assim fôr está sendo construído um belìssimo poema matemático, mas tão simples que passa desapercebido: Menos por menos...dá mais!
Vamos a isso, rapazes????
Abraço(s).

O Fugitivo disse...

Meus amigos

Não tendo outro espaço para responder, e porque sou parte envolvida neste post, vou (ab)usar da generosidade do meu amigo Sócrates daSilva e dizer-vos:

Caro Catatau
Obrigado pela dedicatória deste poema de Botto, que não conhecia e que nos interpela de forma vigorosa. O problema é que a minha rede tem muitos nós!
Há muito que aguardo por um blog teu.

Amigo Pinguim
Sabes a equação que é a minha vida. A divisão em que estou, a soma dos dilemas, a subtracção de tempo e de tranquilidade. Valha-me a multiplicação de amigos.

Um grande abraço para todos, com um pedido de desculpas ao "dono da casa"

Daquele que agora se dá pelo nome de
Fugitivo

Socrates daSilva disse...

Oz,
Escutemos pois!
(Que eu nunca me canso)
Abraço grande


Pinguim,
As tuas cismas…
Que posso dizer?
“Quem vier por bem, venha também?”
“A união faz a força?”

Abraço grande amigo


Fugitivo,
Nada de pedir desculpas. É um prazer para mim.
“Mi casa es tu casa”, amigo.
Abraço grande

Tongzhi disse...

Ainda há dias, não me lembro bem em que comentário, me queixava dos poemas matemáticos.
O pinguim deu o mote - Não admira, ele já foi do "ramo" - e os outros continuaram!!!
Aprender até morrer, é um dos meus lemas. E como aprendo dia a dia nestes contactos imediatos de segundo grau! Ai... segundo grau!!! Até me parece um polinómio!!!
Mas não é que me lembrei agora que no fundo somos um polinómio especial??? Uma soma de amizades!!
Quem sabe um dia destes pego nesta ideia e "escandalizo" os meus colegas com uma conferência sobre o tema...

Socrates daSilva disse...

tongzhi,
Claro que a matemática é bela! Eu quando era um fedelho, ia na cantiga de que não gostava.
Mas, tive um explicador que me fez entender a lógica e a arte dos números. Fiquei conquistado!
Claro que quando aplicamos a matemática á amizade...
Explosão!
Abraço